Águas minerais: tanto faz a marca, certo?
Errado!!!
No geral, a gente tem a tendência a
achar que água é sempre igual e que tanto faz qual marca comprar! Porém,
isso não é verdade!
Vai dizer que você não acha que é a pessoa MAIS SAUDÁVEL quando
opta por água ao invés de refrigerante no restaurante?
Mas, você já reparou na quantidade de sódio das
águas minerais?
Tem água com mais sódio do que refrigerante!
As leitoras
Manú,
Candice e
Luiza pediram que fizéssemos uma avaliação comparativa sobre as águas
minerais:
Já observaram que algumas têm quantidade muito alta de sódio? A Cristal da Coca-cola, tem um valor considerável.
Acho que seria interessante apresentar uma tabela demonstrativa. Percebo
que muita gente tem essa dúvida, posso colaborar com alguns rótulos.
Percebo também que algumas empresas estão investindo na propaganda e rótulos, com muitas promessas.
Moro próximo a fábrica da àgua Sarandi, trouxeram até um médico para palestrar sobre água, a matéria foi veiculada em jornais e revistas
da região, com promessas absurdas, associando essa marca como sendo a
melhor, segundo ele tem poderes quase curativos! Já vi muitas
reportagens tb na internet, não associando a marca, mas especulando o
assunto.
Inspiradas nisso, hoje falaremos sobre a diferença das águas minerais do mercado!
Em uma visita ao supermercado, encontramos as seguintes águas minerais. Destacamos o teor de sódio de cada marca:
A quantidade de sódio apresentada está para
1 litro de cada água. Considerando que devemos beber em torno de 2
litros de água, se tomarmos a água Crystal, da Coca-Cola, ela contribuirá com mais de 10% da quantidade máxima de sódio diária, enquanto que a da marca Nestlé, contribuirá com 0,3%!
É… A diferença é INCRÍVEL! Que os produtos
industrializados são tão cheios de sódio, nós já sabemos… Mas, da água
nós normalmente não desconfiamos, não é mesmo?
Por lei*, a água mineral natural deve
conter no máximo 200 mg/L de sódio, enquanto que a água envasada
adicionada de sais não pode exceder 600 mg/L. Então, nenhuma das águas
acima atinge esse valor, mas quanto menos sódio, melhor!
Fique de olho! É recomendável o consumo de água mineral com baixo teor de sódio (< 5 mg/L).
O excesso de sódio na
nossa alimentação, de uma maneira geral, causa a retenção de água para
dar conta de diluir a quantidade de sódio. Com isso, as artérias ficam
com volume maior e aumenta a pressão.
O aumento da pressão arterial está vinculado ao acidente vascular
cerebral (AVC) e é a primeira causa de morte. Só no Brasil, o número de
vítimas fatais por AVC chega a quase 100 mil pessoas: passou de 84.713,
em 2000, para 99.726, em 2010.**
Conversamos também com o
Geólogo Sandor Grehs sobre o pH dessas águas e sobre o consumo de água de torneira.
Ainda a respeito do teor de
sódio, uma
curiosidade sobre a água mineral Crystal que ele nos conta é que
a comercializada no Sudeste do país é diferente da que consumimos no Rio Grande do Sul, pois isso depende da fonte utilizada***. A do Sudeste do país indica
38,29 mg/L de sódio, diferentemente do teor
103,6 mg/L
que demonstramos na figura. A explicação é que a comercializada no Sul
do país é na realidade a Fonte Ijuí que foi adquirida pela Coca-Cola.
Então, mesmo dentro da mesma marca, há diferenças dependendo da fonte
de água. Por isso, é importante conferirmos os rótulos! Vejam a
diferença entre a água enviada pelo leitor
Eduardo e a leitora Giulianna:
Em relação ao
pH, o Sandor exemplifica:
“No caso da Fonte Ijuí o pH é 9,8 o que caracteriza uma água alcalina a qual é adequada para consumidores com incidências de gastrite e de azia. No entanto, o consumo permanente dessa água pode levar a problemas de pedras nos rins devido ao oxalato de cálcio. Situação similar é a da Fonte Sarandi, bicarbonatada sódica, e pH 9,32.”
Salienta também que:
“É importante destacar as águas minerais com oligoelementos tais como LÍTIO, presente nas águas minerais Fontes de Belém e Versant, são importantes para o equilíbrio mental. O FLUOR até 1,5 mg/L é importante para a prevenção de cáries na
dentição humana. A classificação das águas minerais e seus impactos
econômicos podem ser conhecidos pela leitura das referências.”****
E se tomarmos água da torneira? Temos que ferver?
“Com relação a água de torneira, ou seja, distribuída
pela rede de abastecimento público, cabe ressaltar que pode ocorrer
excesso de incidência de CLORO que é reconhecidamente cancerígeno. A fervura da água minimiza tal efeito.
Nos anos 1980-1990 a distribuição da água em Porto Alegre indicava pH entre 4,5 e 5,0, ou seja, muito ácida
e fora dos padrões das normas técnicas, o que ocasionava corrosão da
tubulação da rede pública, potencializando a incorporação de metais
pesados danosos à saúde humana. Como a tubulação antiga e metálica
continua a ser utilizada, existe a possibilidade de persistência de tal
risco. Essa é a razão pela qual devemos utilizar água mineral para consumo cotidiano, enquanto que a água da torneira, para banho e limpeza.”
Logo, fiquem espertos para a escolha da água mineral! Fiquem de olho tanto no
teor de sódio (quanto menos, melhor) quanto no
pH (para pessoas saudáveis, entre 6,5 a 7,5), principalmente, dessa água!